Verdades secretas e a minha pizza…
Com a mão apoiada na cintura e com um olhar de cobrança, passei a vida toda escutando minha mãe dizer: — Vc esta sempre inventando, né? Mas eu sempre, parava, olhava para ela com uma risada de canto, como dizendo, sim preciso fazer minha criança feliz, posso? Mas nunca entendi o que tanto ela se incomodava com minhas invenções, talvez seja minha eterna vontade de criar, misturada com a vontade de viver, misturada com a vontade de inventar coisas mesmo.
E hoje acordei assim, com este desejo, de sim inventar cada vez mais, de sim ficar cada vez mais desconectada das redes sociais, das pessoas que me colocam para baixo, com desejo de não me conectar com coisas que não são importantes e contar mais destas minhas histórias que passam aqui dentro de mim. E porque não? Tem tanta gente falando de tantos assuntos, eu devo ter algo de bom para compartilhar neste planeta e que ajude a humanidade, não é mesmo? Algo secreto e profundo, que fica entre a garganta e o coração, ainda em investigação. E não, não tem nada haver com nossa cabeça, na minha mente esta somente meu o ego, e ai ai, como ele é perigoso. Mas voltando aqui para dentro de mim e falando um pouco mais sobre minhas verdades secretas, que venho investigando profundamente nos últimos dois anos, gostaria de compartilhar que a vibração esta bem desafiadora nestes últimos dias, bom, últimos anos. Mas sinto que meus pensamentos estão por todos os lados e quando consigo me concentrar no agora, me envolvo com sofrimento das pessoas e logo esqueço de mim. E este não era o plano para 2022, lembra? A pizza que desenhei na minha última sessão de terapia tem oito pedaços e não pode ser que seis pedaços são das pessoas e dois são meus. Como faço para mudar isso?
Quando estou sozinha, conectada comigo, nas minhas meditações, na escrita, isso tudo flui bem e consigo ter mais pedaços desta pizza. Mas só aparecer alguém com um problema ou precisando de ajuda que a pizza volta a quase não ter pedaços para mim de novo e o pior, eu só me dou conta disso depois que já estou morrendo de fome. Então sigo em um padrão e um ciclo vicioso, de dar mais para o outro do que para mim mesma, é cansativo e doloroso para mim. No final, no tabuleiro da vida sinto que eu sempre volto 2 casas, mas quem gosta de andar para trás? Que eu saiba, só caranguejo.
E na verdade estou cansada, quero mudar. Quero mesmo é comer uma pizza inteira, me lambuzar com ela e ser feliz inventando algo novo para o hoje. O amanhã só mais uma nova pizza para saber, mas por enquanto vou ficar por aqui me deliciando com meus pedaços de hoje.
