Andrea Martins
3 min readNov 23, 2021

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Fala que eu te escuto … tive que mudar para Desintoxica.

Aparentemente, já existe um programa evangélico diário que dá conselhos para as pessoas online que se chama Fala que eu te escuto... Não pesquisei para ver, mas uma amiga me sugeriu o nome Desintoxica para o podcast e gostei. Então nosso Podcast vai ser para mulheres, homens, LGBTQIA, qualquer ser humano que já viveu uma relação tóxica e hoje esta se recuperando dos danos psicológicos causados pelo trauma, medo, lidando com uma baixa auto estima. Ou somente tem uma história que gostaria de desintoxicar e compartilhar com a gente:

  • Bom Dia, Boa Tarde, Boa noite! Dependendo do horário que você estiver ouvindo seja bem vindo! Eu sou, na verdade, não importa quem eu sou, importa que este PODCAST foi feito para você gostaria e precisa compartilhar sua história, não aguenta mais esta conversa interna, este silencio e vazio dentro de voce. Pensa que em contando sua história voce pode ajudar outras mulheres, outros seres humanos a terem coragem de fazer o mesmo, inspirar e trazer mudanças dentro das nossas vidas e de outras mulheres.
  • - E para estrear no canal, a história de hoje é sobre uma mulher que se casou apaixonada e acreditando no amor. Os sinais aparecem desde o inicio da relação, mas como estamos muito envolvidas não paramos para enxergar ao nosso lado. No meu caso, hoje tenho consciência que projeto muito no outro, isso dificulta enxergar a pessoa como ela é de verdade. No começo, este jeito controlador parecia um jeito fofo de cuidar, um amor que protege, eu achava lindo e me sentia amada. Nós começamos a namorar, existia uma distancia mais muita confiança, tinha a sensação e realmente acredito que nos conhecemos de outras vidas.
  • As crises de pânico começaram logo nos primeiros meses, ele tinha uns repentes, era pessoa mais querida com coração gigante, que eu, minha familia, todos meus amigos amavam e de repente mudava, principalmente quando estávamos só nos dois. Levantava a voz para me intimidar e não deixava eu falar, a maioria das vezes não dava importância para minha fala, me cortava no meio da conversa e tentava contornar para um lugar cômodo para ele. E obviamente a louca e estressada da situação era sempre eu.
  • Outro dia estava assistindo a serie MAID, no Netflix, que conta história de um mulher casada que sofre de abusos psicológicos do marido, resolve se separar, para conseguir sair do casamento e se sustentar ela começa a trabalhar como faxineira. Existe uma cena, que depois que ela separa e volta para casa, começa a entrar no ciclo de abuso psicológico novamente, senta raiva por ter acreditado nele de novo e começa entrar em depressão novamente. Na cena ela esta sentada no sofá e não consegue levantar. Em algum momento o sofá se transforma em um poço gigante e ela só vez luz quando olha para cima, mas a distância entre o fundo do poço e a saída, é gigante, ela é quase uma formiga no meio do fundo do poço. Me identifiquei muito com a cena, por várias vezes me senti neste lugar. Com passar dos anos eu fui entrando em uma caixa preta grande, sozinha, um buraco onde eu não tinha voz para me expressar, nem como mulher nem como profissional porque nos trabalhávamos juntos. Imagina quão infeliz estava? Não preciso nem dizer quantos anos se passaram sem ele me desejar como mulher. Sexo sempre foi muito importante na minha vida e minhas relações, mas estava anestesiada naquele momento. Lembro quando terminei com meu ex-namorado antes desta relação de pedir para Universo, podemos chegar no meio do caminho? Acho que foi para um lugar totalmente o oposto de uma relação para outra.
  • Com toda esta situação, minha auto estima estava péssima, me sentia gorda, não tinha libido, não conseguia nem me olhar ou para pelada na frente de um espelho.

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Andrea Martins

When I was 03 or 04 years old, I used to play alone most of the time, with my imaginary friends, that makes me believe I can create my own world and write :)